29 setembro 2011

Pannjo, the Bartender - #11

Aquele nome não me saia da cabeça... Alex. Passaram-se dois dias, trinta e seis horas e cinquenta e nove segundos, até ao momento em que a vi. De gabardina beje, para fugir a chuva de verão. Comprava flores. Segui-a. Entrou num cemitério. Deixei a moto e seguia a distância de uma corrida. Debruçou-se sobre uma campa e colocou lá as flores. Devagar, aproximei-me dela. Lado a lado olhávamos para baixo. Estava escrito: Pierre Louis Wonhort 1897 - 1982. Perguntei se era um familiar ou um amigo. Disse que nem uma coisa nem outra. Fez-me a mesma pergunta, e a minha resposta foi a mesma, por motivos obscuramente diferentes. Debrucei-me como se fora atar o sapato e agarrei numa pedra. Abri a sua cabeça ao meio só com um golpe. Caiu desamparada sobre a laje de mármore. O sangue começou a escorrer lentamente sobre o branco lácteo. Começou a chover, uma chuva miudinha, que se fez grossa e pesada, num segundo. E por mais uma vez, matei. Não a conhecia, nunca conheço quem mato. 
Na minha cabeça tinha só pensamentos brancos. Peguei na Harley, e mais uma vez segui uma estrada que não conhecia. Dentro da cabeça ecoava... Alex... Alex... Alex... Parei junto a uma bomba de gasolina. Comprei um maço de Lucky Strike, fumei metade do maço sentado na Harley, a olhar para a planície, até que o sol se quisesse esconder. Voltei para casa. Ainda não tinha tirado o casaco, e estava junto a porta do frigorífico. Olhei para o chão e um sapo estava aos meus pés. Que estás aqui a fazer? Como entraste?
- Estava a tua espera Pannjo...

09 setembro 2011

O valor das coisas

O valor das coisas não está no tempo em que elas duram, mas na intensidade com que acontecem.
  
Por isso, existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis.

Autor: Fernando Pessoa

07 setembro 2011

Recoil - Want

Velociraptor

Este é sem dúvida o meu dinossauro preferido. Ainda tenho uma caneca que comprei a largos anos atrás na festa do Avante! É verdade. Surpreso também eu fiquei quando numa banca ao lado de figuras como Estaline e Che Guevara, lá estava uma caneca oficial do famoso Jurassic Park (não consigo escrever a tradução, não é estéticamente eficaz e ao ler soa a medicamento para os calos). Tembém tenho um boneco oficial, escondido numa caixa qualquer.
  O que dizer do bicho? O gajo é mau como as cobras, caça em grupo e tem um sorriso espectacular.Há quem diga que poderia ter asas. Mas neste caso seriam como as asas dos pinguins, que não servem para voar. Pode ser produto da industria cinematográfica, mas mesmo assim... I love it!
clicar na imagem para saber mais

04 setembro 2011

Um olhar o céu...

Já era tarde, como já vai sendo hábito. Fui fumar um cigarro para a janela, sabendo com o que contava. Sempre a mesma paisagem, a mesma rua, prédios, a noite. Sem pessoas. De vez em quando um gato, ou dois, lá aparecem. Parece que adivinham que tenho a Ísis em casa. Respirar o ar da noite tranquiliza-me. Acalma-me. Gosto de olhar para o céu e para as estrelas, para a lua. Ver se está de bom humor ou não. Tenho três estrelas de que gosto muito. Ficam assim alinhadas na vertical, embora uma pareça querer fugir da linha predisposta. Gosto de as ver. São as minhas estrelas. Estão sempre lá, como os três sinais que tenho no braço direito. 
Nessa noite, a alguns dias atrás, não as vi. Mas surpreendido fiquei com a imagem que as estrelas fizeram naquela noite. Ainda dizem que as estrelas não falam... Por mais distantes que estejam encontram sempre forma de falar. Só temos que saber interpretar o que dizem... cada um a sua maneira. Mas nessa noite, poucas dúvidas tive. Ali estava ela no céu, a voar. Para minha incrédula surpresa...

James Blunt - Same Mistake