29 maio 2011

O meu caminho...

Trilho um caminho que não é nada fácil. Neste fim de semana, tirei uns minutos para mim, longe de todos. Coisa que costumo fazer geralmente, para me dar a oportunidade de "pensar". Um jardim, com uma fonte. E muitas árvores que me envolviam. De copo na mão, e um cigarro na outra. O jardim curiosamente tinha a forma de um círculo. Caminhei por ele, com algumas ideias do que se passa em mim. Curiosamente, tudo o que pensei até agora bate certo com as minhas acções. Coisa rara. E não é fácil. Mas é o que tem que ser. Tenho que ser forte, e superar o resto. Surpreendo-me com esta minha auto-consciência de mim mesmo e dos outros. Com esta minha força que não sabia ter. Mas faz sentido. Todo o sentido. Tudo o que escrevi nos últimos meses, faz sentido. Até agora estou a aguentar como um bravo. Insignificante adjectivo, para mim. E vou pelo caminho que escolhi, pela "via dolorosa". A cruz pesa, mas que pela sua justeza, o peso parece que não existe. Apesar disso, existe em mim o medo de colher o fruto proibido, de ser o ladrão sem ou com ocasião. Não gosto de magoar, nem de desiludir. Não sei o futuro. Sei que o que tiver que ser será.

Não é fácil escrever sobre tudo isto. Nada é fácil. Mas se não fosse difícil, não tinha tanta piada.

Kasabian - Underdog

Bracelete? Oh... My Bracelete!

Jennifer Lopez - On The Floor ft. Pitbull

The Black Eyed Peas - Just Can't Get Enough

22 maio 2011

Pannjo, the Bartender - #9

Deitei-me na cama. Nu. No chão, a volta da cama, o casaco e o resto. O meu corpo suava. Estava deitado de barriga para cima. Emergia da sonolência para o sono leve, e voltava. Tinha a consciência do meu corpo. Dos sons que fazia. Da minha natureza animal. Todas as luzes apagadas. Por entre pedaços de sonhos breves, tentava ver qualquer coisa no escuro. Como um cego. Acendi um cigarro. Sentei-me na cama. Descalço, vou até ao sofá e sento-me. Fumo, expiro e inspiro. São 3:21. Agarro no telefone e escrevo uma mensagem. Ás 3:56, ouço dois toques na porta. Nu, levanto-me do sofá. Sem luz. Vou até a porta e rodo a chave. O meu coração aumenta o ritmo. A adrenalina está a fazer efeito. Ela entra. Nem uma palavra. Acendo uma vela que está mesmo atrás da porta. Junto a mim, a dois passos, ela olha-me. Quase que a oiço respirar. Tiro-lhe a mala e o resto da roupa. O casaco. A camisa. As calças. As botas. As meias. Pego na sua mão e puxo-a contra o meu peito. O seu corpo suave e perfumado, enebria-me. Cheiro o seu pescoço, enquanto ela percorre o meu corpo com as mãos. Sinto o seus seios debaixo do soutien preto. Ouvimo-nos os dois agora. Ela arranha as minhas costas suavemente. Eu piso os seus pés. E subo para os tornozelos, para os sentir. Roço-me nela. Os ossos das coxas saídos, chocam com o meu corpo. E a carne dos dois, dança com lentidão. Ela trinca-me a orelha. Enfiando de seguida a língua dentro dela. Até se fartar. E já teso, ela passa a mão. Agarra e põe na boca. E consola-se com o meu corpo, até me fazer vir. Levanta-se e beija-me, lenta e sabiamente. Agora eu. Sento-a no sofá. Mesmo na borda. Afastei as pernas, uma da outra. Cheirei o ventre. Mordi a sua pele. E percorri com a língua as suas coxas. Com o indicador esquerdo, afastei a tanga preta. Senti o cheiro mais intenso. Abri. A minha língua, devagar e suavemente passeava pelo Éden. Sentia os seus arrepios, e alterações na respiração. E os meus lábios beijaram os seus lábios. Entrei. Molhou-me a boca. Mordisquei o seu pequeno. E com a ponta da língua, fustiguei-o. 
Ela levantou-se. Sentei-me. Sentou-se em cima de mim. Entrei nela. E freneticamente fodemos os dois, como animais. O único momento onde eu, sou eu. E ela é ela.

Infected

Dias de Raiva- Elogio Da Raiva

20 maio 2011

Porque eu sou um gajo com sorte...

Bom... Este é um post especial de corrida. E perguntam vocês porquê?
Em primeiro lugar, porque muita gente não sabe quem é o gajo que está no video...
É verdade... myself.
Considerem este post uma homenagem, em vida, a duas pessoas. Um que por motivos de força maior, o levou e a sua cara metade a emigrar. A situação actual do pais está a fazer com que, demasiados portugueses, tenham que forçosamente optar por essa situação. E o outro porque, está a passos bem largos a caminhar para o enforcamento. Um amigo de a largos anos, que me ajudou a ultrapassar um dos momentos mais difíceis da minha vida. O outro, um amigo recente, que me conhece e entende, como poucos. Contigo eu ia prá guerra pá!
Espero que gostem. Abraços de um amigo.

18 maio 2011

Energia

Um dia destes em conversa  com uma com uma amiga, de uma amiga, ela disse-me, que a energia que eu tenho, que eu sinto tem que ser canalizada. A conversa acabou com um conselho. Que encontrasse um caminho sensato, e que o ano que vem iria ser mais aberto. Voltando a energia. Por diferentes vezes e não são tão poucas como isso, que dou por mim esgotadissímo. Todas as cargas energéticas que tenho, tem que ser canalizadas e não retidas dentro do meu corpo. O corpo tem que ser um canal, por onde possa passar e ser reflectida a energia do cosmos. Pelos vistos a minha própria energia não pode ser utilizada para fins altruístas. Não tem sido fácil. Todas as sensações, emoções, sentimentos e energias que recebo dos outros, são por si só, esgotantes para mim. A minha cabeça por vezes, fervilha de cargas energéticas, por tanto sentir e tentar entender o que se passa a minha volta. Muitas vezes, faço esta pergunta, já em desespero de causa. Porquê? Sussurrando baixinho ninguém a percebe. 
Um dia tive um sonho, que considero estranho. Tenho uma possível resposta, dada por quem sabe do que fala. O sonho. Sonhei que estava deitado na minha cama, e a volta dela estavam, seres com hábitos de monge. Digo seres porque não lhes vi a cara. Só me lembro de sentir estar a ser puxado para o interior da cama, com uma força que nunca consegui descrever. Um sonho destes não se esquece. Possível interpretação. Um ritual de iniciação, um baptismo. Não sei. Nunca mais sonhei aquele sonho. 
Deu-me um conselho. Tirar um curso de Reiki. Fica na agenda.

08 maio 2011

Pannjo, the Bartender - #8

Depois da matança cheguei a casa. Omito as aparições de Klalk, estranhamente silenciosas e furtivas. Deitei-me na cama, depois de tirar o casaco. No bolso esquerdo, do lado de fora, guardei a faca de matador. Aos meus pés o casaco. Eu sentia o sangue molhado e húmido, na pele. Que trespassava da minha camisa. A casa sem luz. Fria. E ali, deitado, vestido e acordado, desejava que aquele sangue me amasse. E eu o amasse também. Pus-me de ajoelhado na cama, e executei um ritual animal, que me transcendeu, fechei os olhos. O prazer de ter aquele momento em mim, fez-me exultar todos os sentidos. O cheiro da casa fria, o sangue na minha pele, os sapatos ainda calçados. A minha mão no meu caralho, que vigorosamente queria ejacular. E na minha cabeça passavam todos os momentos da morte. Do principio ao fim. Até morrer também. Cai, exausto na cama. Por cima dos pedaços de mim. O sangue e eu, a vida e a morte. Ainda deitado, tirei um cigarro do bolso do meu casaco, que estava mesmo a minha frente. Acendi e fumei, sem remorsos. Tinha as mãos vermelhas e brancas, de sangue e de mim. E o cheiro, do momento, entrou pelas minhas narinas, e foi alojar-se no meu cérebro. Naquele lugar onde guardo os cheiros. Fiquei a saber que o sangue tem cheiro. E é doce. Sem música, sem qualquer tipo de som ou ruído que o fizesse prever, a minha mão esquerda, lentamente dançava. Uma construção mental de uma sinfonia triunfal para o momento. E não me detive, apreciei o momento. A minha mão docemente a pairar no ar, desenlaçando novelos invisíveis e pintando sons que não ouvia. Parei. Passei a mão pelo cabelo, sentei-me na cama. Olhei-me ao espelho. Apaguei o cigarro no cinzeiro.
Tudo estava igual. A casa estava como a tinha deixado antes de sair. Um buraco frio, escuro e húmido sem janelas, que me abrigava da luz.