26 fevereiro 2011

Pannjo, the Bartender - #1

Triste a dança da noite anterior. Já nem me lembro do nome dela. Depois da inevitável queca e do copo de leite da praxe que bebei na cozinha gélida, fui embora. Dormi duas horas. Tempo suficiente para abrir e fechar os olhos. Acordei com o sabor do leite, dos cigarros na boca. Fui ao frigorífico e abri uma lata de cerveja, gélida. Igual á cozinha dela. Hum.. álcool. Podemos dizer que sou um alcoólico. Bebo cerveja em casa e bebidas brancas no bar. Privilégios da função. Bom devem estar a pensar quem sou eu. O meu nome é Pannjo. Raakesh Pannjo. Um nome estranho para uma pessoa normal. Pelo menos é o que o meu psiquiatra me diz, que sou normal. Para além de ser alcoólico, o meu psiquiatra tem bastante trabalho com as minhas outras "doenças". Uma delas a mais benigna é a Leucofobia. Medo da cor branco. Não sabia porque tinha ataques de ansiedade em certas ocasiões. Por isso trabalho à noite e durmo de dia. Nada que não consiga ultrapassar com esforço. Toda a minha vida fugi do branco e não sabia porque. Tinha que começar as consultas para vir a descobrir esta doença estúpida. E as outras. Depois das consultas apareceram outras doenças. Não que, não as tivesse. Estavam adormecidas na minha mente. Mato pessoas de quando em vez. Não tem uma ordem espacio-temporal especifica. Nem um porque, uma causa. Mato e pronto. O meu psiquiatra diz que é uma forma de me manter vivo. De me sentir vivo. Já me sinto vivo, sem matar, isto é confuso para mim. Mato normalmente clientes que vão ao bar. Como os mato? Para mim é indiferente desde que morram. Há qualquer coisa neles que me fazem desejar a sua morte,e concluir o processo. Por vezes sei os sues nomes. Outras vezes, não. Na minha mente aparece qualquer coisa como um alarme que me faz marcar as suas testas com um X.

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