17 janeiro 2011

Carta de um condenado a morte

"Vou pelo passeio. Tomo o lado direito. Mais chegado a parede. Sim vou pelo lado direito da rua. As ruas aqui são todas iguais. Cada porta tem uma letra e não um número. Muitos andam na rua como eu. Eu sou um condenado a morte. Todos aqui o somos. Homens. As mulheres estão noutra prisão. Afastadas dos homens.
O meu dia está marcado, só que ainda não sei quando vou morrer. Alguém o escreveu numa folha de papel ou num programa informático de download gratuito chamado Destino.
Escrevo esta carta no chão da minha cela, com um dos dentes que me caiu enquanto aqui estou. Já está gasto de ser velho e das cartas que escrevo. Esta é a minha última carta. Todas as outras já se apagaram. Duram dois dias, três no máximo se tiver cuidado e saltar por cima delas. Mas esta é a última. O dente está gasto, e já não tenho mais. Todos os outros estão usados e partidos, espalhados pela minha cela. Eles foram as minhas penas com que escrevi as minhas cartas. Tanto para escrever. Amor. Ódio. Vida. Morte. O dente __ _ "

1 comentário:

Urban Cat disse...

Eu sou terrível!
http://unicaeminha.blogspot.com/2011/01/seven.html