28 novembro 2010

Impressive cake

Compra um bolo. Descalça-te. Põe o bolo dentro do sapato. Calça-te. Anda 9827450 milimetros e pára. Grita: " Tenho um bolo no sapato! Tenho um bolo no sapato! Tenho um bolo no sapato!". Faz um andar esquesito, e sai do sitio onde estás. Enquanto andas fazes gestos com os braços como se fosses levantar vôo. Anda assim até encontrares uma sapataria. Entra e experimenta alguns sapatos, sempre com o pé amigo do bolo. Levanta-te apressadamente e sai ao pé coxinho. Com o sapato do bolo na mão. E grita: "Eu sou alemão e tenho um sapato na mão! Eu sou alemão e tenho um sapato na mão! Eu sou alemão e tenho um sapato na mão!". Sempre ao pé coxinho encontra uma livraria. Com a mão que não segura o sapato, procura o livro: "O homem que põe bolos no sapato, é alemão?" Se encontrares o livro, vai para casa e cospe no espelho quando te vires! Se não encontrares o livro, sai da livraria, dá dez piruetas. Compra uma máquina fotográfica descartavel, tira fotos à parte interior dos bolsos do teu casaco. Manda revelar. Escolhe a melhor e guarda-a no bolso. Se ainda estiveres com o sapato na mão e ao pé coxinho, espera, há mais. Senão, vai até ao próximo w.c. e grita: "Eu tenho um bolo no sapato e uma foto do meu bolso no bolso! Eu tenho um bolo no sapato e uma foto do meu bolso no bolso! Eu tenho um bolo no sapato e uma foto do meu bolso no bolso!" Mija e vai pra casa. Deixa a foto em cima do secador das mãos. Quando chegares a casa parte a mobilia toda e chama a polícia. Faz queixa de ti mesmo.
Esperaste. Estás cansado. Sapato na mão e ao pé coxinho. Estás em frente a loja de fotografias e gritas: Esperei e não mijei! Esperei e não mijei! Esperei e não mijei!" Cansado, muito cansado, calças o sapato.
Anda sempre no passeio onde tem as portas com os números ímpares. Para quando quiseres. Senta-te num banco do jardim. Deita-re e dorme. Quando acordares liga para um número ao acaso. Deseja um bom dia a quem atender. Desliga. E quase imediatamente atende uma chamada. Alguém a desejar-te bom dia...

Faith No More - Ashes to Ashes

26 novembro 2010

E a minha vontade era pegar em ti

E a minha vontade era pegar em ti
E levar- te a correr pela mão.
Ficar sem folego mas mesmo assim continuar.
E não largar a tua mão.

E a minha vontade era pegar em ti.
A minha mão pegar a tua. Correr sem parar.
A rir. Saltar os buracos, as pedras dos passeios.
Fazer razias aos candeeiros e aos carros.

A minha vontade era pegar em ti.
E pela mão, a minha e a tua juntas, correr.
Não pensar para onde. Apenas correr.
Como duas crianças a brincar.

E a vontade é nenhuma sem ti.
Sem te pegar. Estou aqui a desejar.
Pegar. E a minha vontade de correr
É tanta que penso no ar, em querer pegar em ti.

"A Gaivota" de Anton Tchekhov

Um dos textos que tenho entre mãos. Duro. Uma comédia para Tchekhov, que hoje em dia é considerado um drama. É curioso ver como os tempos mudam a maneira de interpretar a realidade.

"A Gaivota (em Russo Чайка, Tchaika) é uma peça de teatro do dramaturgo russo Anton Tchekhov (1860-1904). A peça foi concebida pelo autor como uma comédia, mas ela foi interpretada e é tida por alguns como um drama ou uma tragédia. O próprio Tchekhov chamou-lhe "uma comédia, três papéis de mulher, seis para homens, quatro actos, uma paisagem (vista para um lago), muitas conversas sobre a literatura, um pouco de acção, um toque de amor".
Tchekhov começou a escrever A Gaivota em outubro de 1895. Em dezembro de 1895, leu o texto a amigos, actores de teatro em Moscovo. O director do teatro, Kors, também presente, disse: "meu caro, isto não é para o palco!". Tchekhov ficou surpreso e reescreveu a peça. Informou-se sobre pormenores técnicos de encenação com Vladimir Nemirovic-Dancenko. Em agosto de 1896, a censura (todas as obras culturais na Rússia eram censuradas) dá-lhe carta livre. Tchekhov baseou-se no caso de Lika Mizinova para a figura Nina. Trigorin é inspirado em Ignatij Potapenko.
A Gaivota narra os conflitos de um jovem escritor. Os conflitos dos personagens criam uma ligação direta com o espectador ao mesmo tempo em que apresenta uma visão profunda de uma sociedade cada vez mais vulnerável aos males existenciais. A peça representa uma harmonia estética natural, algo incompatível com a frustração encarada pelo personagem central da trama. A poesia é um dos recursos mais utilizados.
A figura central da peça chama-se Treplev é um filho de uma actriz famosa, Arkadina, que ao apresentar sua peça ao ciclo social da sua mãe fracassa duas vezes: a sua peça rejeitada pela elite da arte e pelo seu amor, Nina, e por se ter apaixonando por Trigorin, famoso escritor namorado da mãe de Treplev.
Treplev é um hamlet da comédia, um escritor romântico cheio de mudanças de humor e em permanente conflito interior, ridicularizado ainda mais pelo contraste entre os seus ideiais utópicos e as roupas simples e ridículas que usa, como pretendido por Tchecov, para espanto daqueles que viam na figura de Treplev um herói. Quando ele se decide suicidar, ouve-se um disparo vindo do jardim. Na casa, todos ouviram o disparo e pressentiram o que se passava. É então que Dorn diz: "aquilo foi um frasco de éter que rebentou", uma passagem que siderou alguns dos encenadores.
A 17 de outubro de 1896, A Gaivota foi encenada pela primeira vez, no teatro Alexandre, em São Petersburgo. A peça foi vaiada e Tchekhov deixou o teatro em sobressalto, sem se despedir.No entanto, dois dias depois, quando foi encenada pela segunda vez, foi um sucesso."
in wikipédia

21 novembro 2010

The other woman


Three Days Grace - Pain

As Aventuras de Sir Monarch - #7

Sir Monarch olha para o cartão que Felicia Robertson lhe entregara. " Buffet de La Gare de Lyon/ 1 er étage Gare de Lyon / Place Louis Armand". Sir Monarch opta por se deslocar de carro. O seu carro, um Rolls Royce Phantom, prateado, esperava-o na garagem do hotel. Passa pelos Jardins do Luxemburgo e cruza o Sena, na Pont Neuf. A cidade irradia luz.
Entra no restaurante. Felicia Robertson entra instantes depois. Ambos a horas. O restaurante tem um glamour que transparece da talha dourada.
- Sir Monarch! Pessoalmente este é o meu preferido. Diz sorrindo.
- É de facto um dos melhores, Miss. Sei que temos uma amiga em comum...
- Sim, Mrs. Templeton. Foi ela que me pediu para falar consigo. Pelos nossos amigos de Praga, obtivemos informações inquietantes.
- De Praga?!... Que informações?
- Parece que uma pessoa, ou pessoas, tem bastante curiosidade em encontrar uma determinada pessoa. Já ouviu falar em Claire Blanchefort?
- Não. Quem é? Quem e porquê a querem encontar?
- Bem... caro Sir, Claire Blanchefort é a primeira bailarina da Opera Nacional de Paris. Não sabemos do seu paradeiro. A última informação que temos é de Praga. Foi a última vez que foi vista. Depois... nada.
- Miss Robertson, gostaria muito de a ajudar. Neste momento tenho um assunto urgente para resolver e não posso ter outro. Entretanto se conseguir alguma informação, concerteza que lhe direi.
- Agradeço o seu empenho Sir. A nossa amiga dá muito valor a sua amizade. Disse-me para lhe dar os seus cumprimentos e esta pequena lembrança, em seu nome.
Felicia Robertson, tira da sua pequena mala, uma caixa, embrulhada em seda azul.
- Habanos! Os meus perferidos. Agradeça por mim o simpático gesto.
- Agora Sir... ofereça-me o jantar.
- Claro Miss.
Depois de uma jantar requintado. Sir Monarch despedesse de Miss Robertson e parte para o seu hotel.
- Uma bailarina? O que tanto quererão dessa misteriosa mulher? Estranho...

19 novembro 2010

O meu outro eu

Vou escrever sobre o meu outro eu. Aquele que não está a vista desarmada de todos os olhares. Só de alguns seres priveligiados, que olham o invisível. Não porque eu me tenha como um ser especial, mas porque quem o consegue, esses sim, são de facto especiais.
Vou tocar em várias teclas (paragrafos) e espero que a música seja pelo menos... suave.
Desde o início do ano passei por um paraíso perdido, por mares agitados, por tormentas súbitas. Por perdas e por ganhos. Podia escrever que perdi mais do que ganhei. Não penso assim. Vejo mais além, para lá do pensamento. Tenho momentos de pura lucidez, poucos e pouca. Em que estou em paz comigo mesmo. Em que vejo e aceito as perdas e os ganhos. Onde sei o que ganhei e perdi. E vejo a realidade como ela é. E porque sou como sou, aceito o resultado.
Vou falar dos ganhos. Ganhei a minha independência individual em todos os sentidos. Aprendi a ter uma nova "loucura", o teatro. Aprendi a saborear o tempo que passo só. Aprendi a não contar com o " egg in the chiken´s ass". Aprendi que perder alguma coisa tem sempre o outro lado da moeda. Não se esqueçam de o ver e tentar entender. Aprendi a dar mais valor, ainda, a quem gosta de mim pelo que sou, como sou e como serei. Aprendo todas as vezes que a vejo, com a Jo, uma mulher corajosa e bela, que me ensina a arte de me conhecer, de representar no placo. Aprendi que não deixei te amar, my Butterfly( o buda dá-me força...). E não vou deixar, vou apenas amar-te de maneira diferente. Aprendi que o que arde cura. E o amor arde sem se ver, mas cura a alma quando finda. Ganhei pessoas para mim. Que ficarão comigo para sempre, embora distantes. E a distância e o tempo não as afastarão de mim. E outras que recuperei, com a ajuda do tempo. Ganhei uma nova perspectiva de mim mesmo. Ganhei mais respeito por mim mesmo.
O que perdi. Perdi pessoas, já não voltam. Perdi só isso. Só! Afinal nunca se tem ninguém. Perdi a confiança nas pessoas. Perdi uma certa inocência. Perdi alguns sentimentos. Perdi o medo de largar, de deixar ir. Perdi o medo de poder vir a ser calculista, má pessoa, hipócrita. Nunca o serei. Agora já não.
Tenho dito ultimamente a quem me ouve, e não são muitas pessoas, algumas. Tenho dito que quem me quiser conhecer, tem que ter uma grande dose de paciência e de trabalho. Tenho eu feito o mesmo? Quero pensar que sim. Afinal, só me aproximo de quem eu quero. De quem eu vejo que me merece na totalidade. E quem não merece? Merece somente o meu respeito.
Nesta nova fase do ser humano que sou, pareço uma retorta em frente ao espelho. Um involcro que depura os elementos. Que os tranforma.
Serei sempre eu, de uma outra maneira.

11 novembro 2010

Pega em mim e adormece-me

Pega em mim e adormece-me.
Agarra nos meus pés e arrasta-me pelo chão.
Passa pela porta, e estou morto.
Os teus braços debaixo dos meus, levantam-me.

Deita-me na cama. Está escuro o quarto de noite.
Levanta a alça caída branca da camisa.
Senta-te a meu lado. Tens os pés frios.
Olha para mim, para o meu corpo.

Sente o peso do ar. Respira.
Move a tua mente para a tua mão.
No meu peito ela fica, fria depois quente.
Sente o meu coração. O meu corpo ausente.

Sente. Deita-te a meu lado. Olha o tecto.
Branco. Fecha os olhos. Ali ao lado um ser.
Ao teu lado. De olhos fechados, dorme.
Passa a tua perna por cima das minhas pernas.

Vira-te para mim. Olha a minha orelha.
A pele. As sobrancelhas, o nariz e a boca.
Traz a tua boca para perto. Fala comigo.
Diz-me as tuas palavras.

Tenta acordar-me com elas. Fala com sossego.
Sente a tua alma dançar com as palavras que dizes.
Sobe a tua perna até a minha virilha.
O teu joelho sente a diferença de calor.

Olha para a tua mão que sente o meu peito.
As unhas. Os dedos. A tua mão.
Para de falar. Engole em seco pela primeira vez.
Cheira o meu cheiro no pescoço.

Vê o fundo da cama e a outra perna, e o pé.
Levanta a cabeça. Coloca o teu braço esquerdo
Por baixo do meu pescoço. Junta a tua cabeça
A minha. Sente o meu corpo junto a ti.

O teu corpo junto ao meu. Abraça-me.
Para ti sou teu. Respira o ar quente.
Sente a maneira grande de abraçar.
Que é pouco. Ouve o teu coração bater. Colada a mim.

Não me queres acordar. Só queres que aquele momento não acabe.

06 novembro 2010

Il tempo di vedere su lo specchio

Há tempos escrevi sobre a ilusão, e sobre a realidade. Sobre a tomada de decisões. Que tento não voltar atrás nas decisões que tomo. Que racionalizo tudo, como se pusesse tudo numa misturadora(cerebro) e no fim o sumo, seria a decisão a tomar. Tomei uma decisão, e não consegui manter-me fiel a essa decisão que tomei. Presumi erradamente que era capaz de a levar a bom porto. Presumi que a minha decisão seria a melhor para ambas as partes. Não foi para mim. Não consigo manter-me fiel a minha decisão. Mas no fundo tinha que a tomar, para bem de mim próprio. E quando tomei essa decisão agi racionalmente, e não com o coração como até ali o tinha feito. Se não tivesse tomado aquela decisão como estaria agora? Não sei. Talvez com as mesmas dúvidas que tinha e que tenho. Mais próximo talvez estivesse. E não saberia lidar com essa proximidade. Não sem respostas. Tomei a decisão por defesa. De ambas as partes. Mas penso que quem perdeu algo fui eu. Ou não.

05 novembro 2010

Lumiere Blanche

Há pessoas que nos marcam, que ficam num canto do nosso coração para sempre. Tu Nina és uma dessas pessoas. Conheces-me como poucos. Lembro as tuas palavras: "... mesmo sendo dura (frontal) contigo?...". Resposta: " ...é uma das coisas que me faz gostar de ti." Lembro-me, particularmente, das tuas mãos e dos teus olhos. Dos teus gostos particulares por chapeus e aneis. E das tuas gargalhadas sinceras. E do resto. Eu estou aqui, sempre estive e estarei.

04 novembro 2010

Tu sonrisa

Queria dizer-te tanta coisa, e não dizer nada. Queria olhar-te nos olhos... e dizer simplesmente nada. Queria só estar perto de ti e saber o que sinto por ti. Não sei. Por vezes penso que me és totalmente indiferente. Que não sinto nada por ti. Outras vezes sinto qualquer coisa. Não sei explicar o que é realmente. Mas sei que sinto a tua falta. Isso sei que sinto. E esta paragem em que estamos, em caminhos paralelos, faz-se minuto a minuto, segundo a segundo. Nunca mais irei ser o que fui para ti. Não sei. Tu para mim serás sempre alguém muito especial. Só sei que sinto a tua falta.
Chorei por ti. Dei gargalhadas. E tudo ou muito pouco fica por dizer.

Jacques Lacan - Biografia

Jacques-Marie Émile Lacan (Paris, 13 de abril de 1901 — Paris, 9 de setembro de 1981) foi um psicanalista francês.

Formado em Medicina, passou da neurologia à psiquiatria, tendo sido aluno de Gatian de Clérambault. Teve contato com a psicanálise através do surrealismo e a partir de 1951, afirmando que os pós-freudianos haviam se desviado, propõe um retorno a Freud. Para isso, utiliza-se da linguística de Saussure (e posteriormente de Jakobson e Benveniste) e da antropologia estrutural de Lévi-Strauss, tornando-se importante figura do Estruturalismo. Posteriormente encaminha-se para a Lógica e para a Topologia. O seu ensino é primordialmente oral, dando-se através de seminários e conferências. Em 1966 foi publicada uma coletânea de 34 artigos e conferências, os Écrits (Escritos). A partir de 1973 inicia-se a publicação de seus 26 seminários, sob o título Le Séminaire (O Seminário).

Pensamento:
A sua primeira intervenção na psicanálise é para situar o Eu como instância de desconhecimento, de ilusão, de alienação, sede do narcisismo. É o momento do Estádio do Espelho. O Eu é situado no registro do Imaginário, juntamente com fenômenos como amor, ódio, agressividade. É o lugar das identificações e das relações duais. Distingue-se do Sujeito do Inconsciente, instância simbólica. Lacan reafirma, então, a divisão do sujeito, pois o Inconsciente seria autônomo com relação ao Eu. E é no registro do Inconsciente que deveríamos situar a ação da psicanálise.
Esse registro é o do Simbólico, é o campo da linguagem, do significante. Lévi-Strauss afirmava que "os símbolos são mais reais que aquilo que simbolizam, o significante precede e determina o significado”, no que é seguido por Lacan. Marca-se aqui a autonomia da função simbólica. Este é o Grande Outro que antecede o sujeito, que só se constitui através deste - "o inconsciente é o discurso do Outro", "o desejo é o desejo do Outro".
O campo de acção da psicanálise situa-se então na fala, onde o inconsciente se manifesta, através de actos falhados, esquecimentos, piadas e de relatos de sonhos, enfim, naqueles fenômenos que Lacan nomeia como "formações do inconsciente". A isto se refere o aforismo lacaniano "o inconsciente é estruturado como uma linguagem".
O Simbólico é o registro em que se marca a ligação do Desejo com a Lei e a Falta, através do Complexo de Castração, operador do Complexo de Édipo. Para Lacan, "a lei e o desejo recalcado são uma só e a mesma coisa". Lacan pensa a lei a partir de Lévi-Strauss, ou seja, da interdição do incesto que possibilita a circulação do maior dos bens simbólicos, as mulheres. O desejo é uma falta-a-ser metaforizada na interdição edipiana, a falta possibilitando a deriva do desejo, desejo enquanto metonímia. Lacan articula neste processo dois grandes conceitos, o Nome-do-Pai e o Falo. Para operar com este campo, cria os seus Matemas.
É na década de 1970 que Lacan dará cada vez mais prioridade ao registro do Real. No seu tópico de três registros, Real, Simbólico e Imaginário, RSI, ao Real cabe aquilo que resiste a simbolização, "o real é o impossível", "não cessa de não se inscrever". O seu pensamento sobre o Real deriva primeiramente de três fontes: a ciência do real, de Meyerson, da Heterologia, de Bataille, e do conceito de realidade psíquica, de Freud. O Real toca naquilo que no sujeito é o "improdutivo", resto inassimilável, sua "parte maldita", o gozo, já que é "aquilo que não serve para nada". Na tentativa de fazer a psicanálise operar com este registro, Lacan envereda pela Topologia, pelo Nó Borromeano, revalorizando a escrita, constrói uma Lógica da Sexuação ("não há relação sexual", "A Mulher não existe"). Se grande parte de sua obra foi marcada pelo signo de um retorno a Freud, Lacan considera o Real, juntamente com o Objeto a ("objeto ausente"), criações suas. in "wikipédia"

03 novembro 2010

BDSM - Inevitável partilha

Este é um tema que me atrai. O que me atrai? A relação entre duas pessoas, que podem ou não ser, intimas no seu meio social. A fuga da realidade, o encontrar de uma outra realidade. A partilha de sentimentos, pelo consentimento das duas partes. Afinal tudo é real. A descoberta de um eu ou de vários eus, que não sabíamos existirem.
Existem interpretações incorrectas sobre o que é o BDSM (Bondage - Disciplina, Sadismo e Masoquismo). O BDSM tem obrigatoriamente que ser: São, Seguro e Consensual. Não existem regras para as sessões. Cada Dominador(a) e Submisso(a) tem que encontrar um ponto de equlibrio na sua relação. Tem que existir durante uma sessão de BSM palavras seguras, que garantam a segurança física dos intervinientes. Podem ser três cores. Vermelho, amarelo e verde. Normalmente um não pode querer dizer sim.
Dentro do conceito BDSM existem diversos sub-grupos, cabendo a cada um adaptar-se.

02 novembro 2010

Adrenaline Junkie

A adrenalina ou epinefrina é um hormônio simpaticomimético e neurotransmissor, derivado da modificação de um aminoácido aromático (tirosina), secretado pelas glândulas supra-renais, assim chamadas por estarem acima dos rins. Em momentos de "stress", as supra-renais secretam quantidades abundantes deste hormônio que prepara o organismo para grandes esforços físicos, estimula o coração, eleva a tensão arterial, relaxa certos músculos e contrai outros.
Em maio de 1886, William Bates anunciou o descobrimento da substância produzida pela glândula adrenal no New York Medical Journal. Foi também identificada em 1895 por Napoleão Cybulski, um fisiólogo polaco. A descoberta foi repetida em 1897 por John Jacob Abel. Jokichi Takamine, un químico japonês, descobriu a mesma hormona em 1900, sem conhecimento dos anteriores. Foi sintetizada artificialmente por Friedrich Stolz em 1904.

A palavra adrenalina foi criada pelo cientista que conseguiu isolar este hormônio pela primeira vez, o bioquímico japonês Elissandro Jokichi Takamine, que formou o nome em questão tomando o nome dos rins, sobre o qual se situam as glândulas secretoras, como já mencionado. Utilizou então ad- (prefixo que indica proximidade), renalis (relativo aos rins) e o sufixo -ina, que se aplica a algumas substâncias químicas (as aminas).

Quando lançada na corrente sanguínea, devido a quaisquer condições do meio ambiente que ameacem a integridade física do corpo (fisicamente ou psicologicamente, stress), a adrenalina aumenta a frequência dos batimentos cardíacos (cronotrópica positiva) e o volume de sangue por batimento cardíaco, eleva o nível de açúcar no sangue (hiperglicemiante), minimiza o fluxo sanguíneo nos vasos e no sistema intestinal enquanto maximiza o tal fluxo para os músculos voluntários nas pernas e nos braços e "queima" gordura contida nas células adiposas. Isto faz com que o corpo esteja preparado para uma reação, como reagir agressivamente ou fugir, por exemplo.
Afeta tanto os receptores beta¹-adrenérgico (cardíaco) e beta²-adrenérgico (pulmonar). Possui propriedades alfa- adrenérgicas que resultam em vasoconstrição.
A adrenalina também tem como efeitos terapêuticos a broncodilatação, o controle da frequência cardíaca e da pressão arterial, dependendo da dose. Na anestesia local é utilizada como coadjuvante, causando vasoconstrição para perdurar o efeito do anestésico, visto que uma área menor de vaso sanguíneo degradará menos o fármaco. "in wikipédia"

01 novembro 2010

Due Ladri

A tua boca na minha

Lançaste-te sobre a presa,
Com a vontade na boca.
Mataste a sede, deste de beber.
Prendeste-me suavemente.

A tua boca de veludo quente
Envolveu-me por completo.
Atirou-me ao chão. Tu e eu
Sós em qualquer tempo e espaço.

E tive a vontade carnal de te possuir.
De te agarrar nos cabelos. Um beijo no pescoço.
De cheirar a tua pele. Apalpar-te o ventre.
Olhar nos teus olhos...

Ver-me, ao frio colado a ti.
E uma música aparece. Clássica.
Onde as cordas dos violinos fazem som.
A nossa respiração parece só uma.

Sentada