25 outubro 2010

Palco 2

Luzes acesas. De pé. Eu e ela. A culpa é tua, disse ela. A culpa é toda tua! Tu és o culpado! Foste tu que o matas-te! Subi as escadas do palco. Fugi. Continuou a acusação. Voltei costas, fui para a boca de cena. Calado, pensava no que dizer. Não fujas. Colada a mim, fisicamente, a acusação. Agarrava-me a mim mesmo, ao abdómen. Cabeça baixa. Voltei-me rapidamente e enfrentei-a. Minha? Avancei, dois três passos. Não é o que dizem os teus olhos. Os teus olhos dizem palavras opostas as que saem da tua boca! Eu? Foste tu que matas-te o nosso amor! Não eu! Frente a frente, em pé, de perfil para as cadeiras. Gritos. Os seus olhos diante dos meus.
- Pára! A voz de quem sabe faz-se ouvir. - Está muito... overacting.

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