25 outubro 2010

Palco 1

Luzes apagadas. Levantei-me da cadeira e no escuro procurei. Onde estás? Perguntei. De pé, ando devagar. Onde estão vocês? As minhas mãos nas extremidades dos meus braços, longe não alcançavam. Só nada, o ar. O vazio. Onde estou? E a consciência de estar dentro de mim começava a apoderar-se da realidade, do meu corpo. O espaço escuro era eu. E a voz, a boca, a cabeça, as pernas, os braços, eram a minha essência. Escutava-me. Irrompeste em choro. Primeiro um soluçar. Depois continuamente, e com uma cadência rápida compulsivamente. A solidão. A procura dos outros. E a falta que sentiste deles. E o choro parou quando te deitaste no chão. Quando não podias encontrar. Quando não tinhas forças. Quando soubeste.

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