05 junho 2008

Casacos vermelhos (...)

Casacos vermelhos, pelos
Ombros. De repente tocam
As trombetas para o assalto
Ao tempo que falta.

Inundam as ruas brancas
Da pedra. Correm sem querer
para um destino inconsciente.
Correm aos magotes.

Tropeçam e caem.
Os corpos a beijar o chão.
E em esforço levantam-se
E recomeçam.

Aos magotes pelas ruas da
Minha cidade, as pessoas
Correm sem saber para onde.
Parece que a guerra começou.

Parece que o mundo acabou.
Mas não se trata disso. Trata-se
Sim, de um simples minuto.
Um minuto na vida de alguém.

Pode ser a tua vida. Pode ser
A minha vida. A vida dela, ou
A vida dele. A nossa vida.
E qualquer coisa de cinematográfico
E teatral existe nas pessoas que correm pela cidade.

Representamos um papel. Significamos algo.
Queremos parecer quem pensamos que somos.
Mas de facto somos o que não sabemos que somos,
E o que somos realmente. Esse todo único e indivisível.

1 comentário:

Urban Cat disse...

Eu cá acho que sou aquilo que pareço ser.
Entendes?

Bjs