31 maio 2008

Amy Winehouse

Para uma exelente cantora, inteligente e culta musicalmente; aqui fica a minha vênia para o que nos deu, dá e dará.
"All sins are from earth. All miracles from eaven. Amy is from the stars."

29 maio 2008

Impressiono-me com o tempo que foge por mim

Impressiono-me com o tempo que foge por mim.
Com as imagens em papel largo que passam
Em volta do meu corpo físico.
Como se de grandes cartazes se tratassem.

E não vejo a hora de os rasgar
Ou que os retirem de circulação.
São imagens que relembro difusas.
Esbatidas. Entre nitidas horas.

Foge por mim. E não de mim.
Ladeia-me. Circunda-me.
Envolve-me. E o tempo não é
Senão, mais nada que imagens.

O tempo passado. O presente,
É nitido. E sem braçadeiras nunca irei
Saber como nadar nele. Mas nunca
Me afogarei.

Parece que ainda não sei viver
Nas águas do tempo de hoje.
Retiro-me para terra.
Retiro-me do tempo.

26 maio 2008

Uma pedrada no charco

Uma pedrada no charco. Um silêncio prolongado. Extremos. Estou numa fase de extremos no que concerne ao meu psico-social. Não é nada fácil gerir esta coisa do oito ou oitenta. Mas já estou habituado. E parece que quem me conhece, bem, já não estranha esta minha montanha russa do meu eu social. Esta manifestação de calma e euforia, mantem-se por menos ou mais tempo, consoante a predesposição para aturar ou não as pessoas que me rodeiam.
Estou numa fase calma, que já vem de algum tempo atrás. Calma externamente, em ebulição constante internamente.
E prontos...

23 maio 2008

Um olhar, um aceno.

Um olhar, um aceno.
Um sorriso retribuido.
Um olhar de surpresa.
Um sorriso inocente.

E entre o céu e a terra que nos separa,
Esse sorriso deu-me força para saber
Que só eu posso dar os meus passos.
E dou. E caminho.

Querendo que sejam curtos e lentos.
Apressados e em corrida.
Infinitamente alegres!
Esse sorriso caiu do céu.

Quando o céu não existia.
Quando não existia o saber
Que ias sorrir. Sorriste.
Sorriste pelo meu sorriso.

17 maio 2008

As Aventuras de Sir Monarch - #4

Enquanto o carro percorria florestas e pequenas vilas, Sir Monarch pensava só numa coisa. Tentar escapar. Sabia que não seria fácil escapar de uma situação tão complicada. O melhor seria aceitar o que o destino lhe reservara. Pelo menos até o carro parar. Nessa altura decidiria se a fuga seria o caminho a tomar.
O carro começa a abrandar a velocidade. Pára em frente a um portão alto. Depois de breves segundos o portão abre-se. O carro precorre uma estreita estrada de terra batida. As luzes do carro e a lua iluminam o que vê. Nem uma palavra dos ocupantes até aquele momento. A viagem tinha durado um par de horas. Vislumbra ao longe um palacete. A sua viagem estava prestes a acabar. O carro pára.
- Pode sair, Sir. Deixe a bengala, a porta está aberta. Entre e suba até a biblioteca. Lá estará a sua espera quem lhe quer falar.
Neste momento Sir Monarch, sabia que não conseguia fugir. Se o tentasse decerto não iria muito longe. Decidiu entrar.
Sobe as escadas em caracol. Passa a mão pelo corrimão de madeira. Uma porta aberta e a luz que dela saí fazem-no parar. A biblioteca.
Entra, passos curtos e ouvidos atentos. Paredes forradas de livros. Lareira e vários cadeirões espalhados ao redor de uma mesa recebiam-no.
- Sejas bem vindo. Considera esta a tua casa.
Um homem de média estatura encostado á janela, de braços cruzados, esperava por ele. A luz da lareira não lhe permitia ver de quem se tratava.
- Boa noite. Não me parece que o conheça... mas você sabe quem eu sou. Porque me trouxe aqui? Quem é você?
O vulto saí do escuro e revela-se. Um homem de batina e colarinho branco, calvo e de pele branca. Aproxima-se de Sir Monarch e fita-o. Frente a frente.
- Tenho uma coisa para te dar. Esquece todas as perguntas que tens para fazer. Escuta o que te vou dizer...

08 maio 2008

Agora só falta mesmo ouvir

Comprei uma mão cheia de cd's. Lembro-me da Ana Moura e Ravi Shankar. Ah, já fui bisbilhotar os outros... um Best of dos Sétima Legião, outro Best of da Nina Simone, Arcade Fire e Grinderman. Não sou apologista do download desmesurado de músicas pela internet, embora tenha alguma coisa, o que gosto mesmo de ouvir são os originais. Não é só pelo som, embora não note diferença na maior parte. É sim pela caixa, pelos apontamentos, pelas fotos. Pela possibilidade de emprestar o cd dentro da caixa. Um objecto único, diferenciado.
Estive quase para compra o Oito, dos Rádio Macau, e o último dos Da Weasel. Ficam na lista.
Agora só falta mesmo ouvir.

06 maio 2008

De facto o tempo já vai longo

De facto o tempo já vai longo desde que postei pela última vez. Sei que estou em falta para quem me lê. Esta pausa, não foi planeada mas sim fruto da ausência de vontade de escrever. Ausência que me retirou só para os pensamentos. Por vezes temos que deixar de escrever para saber o que queremos escrever. Ou pelo menos ter vontade de escrever, porque saber de antemão o que irei escrever não é certo. Não me apetece escrever sobre nada em especial mas tenho muita vontade de escrever. Não ordenei ideias, não resolvi qualquer problema que tenho, tudo está na mesma. Só a vontade de escrever voltou. Não consigo escrever sem vontade. Não consigo escrever sem vontade, como o pintor não consegue pintar sem tintas ou como o escultor não esculpe sem o macete e o escopro.