31 janeiro 2008

Linha ___

Linha ______________________
Mais uma ___________________
Eme escrito numa ______________
MMMMMMMMMMMMMMMMMM

E como se banha uma criança que agora nasceu
Tomamos os pregos e perfuramos o nosso corpo.
Queremos ver o sangue, a vida que temos em nós.
Indecentemente rogamos para que não morramos.

Linha___________________
Outra linha_______________
A escrito numa outra linha_____
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA

Rasga-me o cérebro. Destroí-me. Dilacera-me a pele e a carne.
Os músculos. Sopra para mim o vento da morte.
Faz-me estátua da noite. Príncipio do capítulo final.
Instala em mim o odor fúnebre da pirâmide.

28 janeiro 2008

A minha cigarreira é preta

A minha cigarreira é preta.
A minha cigarreira é pesada.
A minha cigarreira é o sítio
Onde guardo os cigarros.

A minha cigarreira, está vazia.
Oca. Sem os canudos de erva
Seca. Sem os filtros. Sem o cheiro.
A minha cigarreira é fria.

E depois é preciso ter cigarros
Para a encher. Dezoito.
Nem mais, nem menos.
Menos dois do maço.

A minha cigarreira não a uso!
A minha cigarreira não se usa
Só porque sim! Ela usa-se para
Guardar o que se fuma.

E agora não uso a minha cigarreira.
Já a usei. Muitas vezes. Quando era
Uso fazer uso dela.
Para me lembrar de ti.

Fora com a minha cigarreira!
Por acaso está na minha secretária,
Perto do alcance do meu olhar.
Sei que está ali, mas não.
Não te vou por dentro do meu bolso.

Nego-a, sempre que a vejo.
Desejo-a sempre que a vejo.
E como uma onda do mar
Salgado que se espraia na praia,
A minha cigarreira é um presente do passado.

27 janeiro 2008


Jean Michel Jarre

Aqui fica uma música de um dos meus músicos perferidos. Não me vou alongar na sua biografia mas aqui ficam alguns dados. Começou a sua carreira em 1971. É filho do compositor francês Maurice Jarre. É embaixador da Boa Vontade na UNESCO. A música que aqui vos dou para ouvir chama-se "Revolution" e tem a meu ver um travo a critica social. Ouvir para além do óbvio...
Boa música

22 janeiro 2008

Imaginética sobre tela

Vou tentar uma aproximação a uma qualquer teoria de que não sei o nome, mas que de certo já terá sido inventada por alguém. Descrever um quadro por palavras não é muito fácil, sendo que o quadro ainda não está pintado. Então vejamos, temos uma tela branca, quadrada 30x30cm. A ideia não é pintar a tela inocente e virgem mas antes de tudo o mais, desflora-la e dar-lhe o sentido vivêncial que pretendo. Como o fazer? Fácil. A dita tela terá que ser furada, rompida ou até mesmo aberta. Para se fazer o dito orifício na tela, o tamanho do mesmo fica a cargo da ambição de cada um, terei que encontrar o objecto que fure.
Tendo a tela furada como ponto de partida tudo está agora na mão e na cabeça do pintor.

***********************************************

Tenho uma ideia que gostaria de colocar em prática. Necessito de uma tela no minímo de 1.50x1.50m. Comprar alguns itens que deverão ser colados na tela, será o próximo passo. A minha primeira inclinação será de usufruir da cultura hiper-mercantilista, e comprar uma garrafa de xarope de cafeina, outros produtos pereciveis mas embalados e estanques para que a obra perdure o máximo de tempo possível.
Depois de tudo ensacado, mão á obra...
Colar, pregar, atar, pintar, tudo serve para que a obra... et voilá.

21 janeiro 2008

Que doentia demência tenho eu?

Que doentia demência tenho eu?
Uma inoperatividade. Um crash.
Um sem gasolina pá.
E uma lucidez tremenda.

Todas as fantasmas pairam
Na minha cabeça.
As ninfas, as musas.
Todas as mulheres fatasmas.

Credo meu feliz papel...
São todas reais.
Ai que luz!
Olho as minhas mãos.

Credo minha amarga paixão...
Que te escondes por entre
As paredes de qualquer coisa
Parecida com um corpo.

20 janeiro 2008

Ouve o exterior

Ouve o exterior.
Ouve o exterior.
Demite-te de ouvir o interior.
Destitui-te desse cargo só teu.

Albarda-te de outra forma.
Não comas palha que te faz mal.
Come antes couves. E bebe muita água.
Vê por onde vais.

E se a uma fonte chegares,
E água quiseres beber
À frente dos cantaros vais passar.
Sorte de burro!

Olha para a frente...
Olha para a cenoura.
Mas não a comas.
Se a comeres deixas de andar.

16 janeiro 2008

Olho-te e não te vejo

Olho-te e não te vejo.
Fecho o coração.
Falo palavras.
Olho-te e não me vês.

Quero-te e não te tenho.
Sofro um não sofrer.
Balbucio uma tese.
Caminho a direito.

És um ser representativo
De qualquer coisa natural.
Um sentimento primário.
Que escondo de mim.

E quando me olhas, eu sinto.
Fechamos os sentimentos.
Cobardemente caimos.
Estoicamente respiramos o ar.

E como tudo, é negro

E como tudo, é negro.
Como breu.
Escuro da côr do preto.
Vácuo e eu.

Uma imagem fotográfica.
Um dormir de olhos abertos.
Com a percepção de mim.
E do vazio à minha frente.

E respiro, e olho, e nada.
Sinto a minha garganta.
Sei onde está a minha cabeça.
Paralelos sentidos.

Possuído por querer saber.
Irei adormecer...
Com o corpo esticado.
Inacabado o meu eu.

Regarde la mer


14 janeiro 2008

Merde (substantivo francês que cheira menos mal... e que é perfumado).

Estou a passar uma fase de verdadeira merde (substantivo francês que cheira menos mal... e que é perfumado). Estou numa fase dificil, só me apetece desaparecer, e não é só porque já me deste com os pés, no sentido figurado claro, que eu estou assim. Não é só mas também, mas descansa que não me vou lamentar e carpir aqui as minhas mágoas e deitar abaixo o muro das lamentações às cabeçadas. Estou farto de aturar gente estúpida, gente indiferente, gente que se está a borrifar para mim, enfim gente para quem eu não significo nada. Esta fartura de aturamento leia-se não tem ordem particular nem qualificação pela ordem.
Onde é que me apetecia estar? ...nem eu sei... antes de pensar. Junto ao mar. Sempre a mesma ligação ao mar! F......! Devo ter sido peixe numa outra encarnação de certeza. O que vale é que entramos na era do aquário!
Estou a ficar com aversão às pessoas. Não sou capaz de o deixar de sentir embora lute contra isso, e saiba, que não é de todo verdade. Acho que uma fase apenas. Esta fase vai ser tramada e os posts que se avizinham prometem...!

08 janeiro 2008

"Igual ao meu"

O que se vai aqui dizer não é de longe metade do que devia ser dito, e com mais contundência sobre o que é "igual ao meu".
Quem nunca ouviu dizer que tal pessoa tem um carro igual ao do fulano tal e uma caneta igual a do cicrano. Errado! Não há nada igual no mundo a não ser o ódio e o amor. Como podem estes tristes seres vivos, comerem o que lhes é vendido pela Nossa Senhora Publicidade e pensarem sem a minima dúvida de que o carro deles é igual ao de um jogador de futebol conhecido. Ó meu idiota o teu carro não é igual a nenhum outro, pode ser parecido, mas igual não é. O teu carro é teu! Ou não? Então se é, vai concerteza ficar estacionado em segunda fila e não no parque vip! A caneta também é tua porque se não fosse não estava guardada numa gaveta em tua casa! E tudo o mais que pensas ter igual às pessoas que vivem acima das tuas posses, desengana-te!
Só por teres não quer dizer que sejas melhor ou até igual. Pois, aqui é que está o mal. Pensar assim é que é errado. Lixa-te para o que os outros tem. Se tiveres que ter posse de algo que o tenhas mas por tua convicção e gosto.
Não são os possuidores de bens irrealmente caros que são melhores pessoas que tu... e que todos os outros que não os possuem.
É feio dizer que se faz as compras no mesmo sitio que fulana tal... não sejam idiotas!
Fazem as compras onde gostam de fazer, onde lhes dá mais jeito, mas não digam que só lá vão porque a menina da televisão também vai.
Parece que não ainda andam na escola!! Livra!

07 janeiro 2008

O Guardador faz um ano

Parabéns, blá blá blá... etc.
Vou quebrar uma regra do blog, vou colocar um video para celebrar a data.
Obrigado

02 janeiro 2008

A acção

Consigo estar acordado relutantemente, ás vezes até com vontade de dormir. Consigo pensar. A imagem da racionalidade fere-me e faz-me bem. Não, não se trata de ser masoquista ou narcisista. Trata-se sim de apreender o racional, a emoção e torna-los uma parte viva de mim. Uma parte não só do pensamento como também do ser actuante que sou.
De facto, existe, não só a racionalidade e a emotividade em mim, como também a parte que age e reage. O ser vivo que actua. A acção é uma consequência das duas primeiras, podendo existir mais causas para o acto de agir. Não vou pensar quais serão elas agora. Talvez mais tarde.
Agora sei que a acção, a acção do que faço está obviamente carregada de subjectividade e de padrões que eu próprio estableço para a conduzir. Esses padrões são de variada ordem, mas também não me vou alongar sobre eles. O que quero escrever é que toda a minha acção reflecte nos outros a imagem que eles tem de mim enquanto pessoa. Esta auto-consciência, do ser actuante que sou é mais um ponto que se acrescenta em mim. A razão, a emoção e a acção de mim, fazem-me agora mais do que era.