04 dezembro 2007

Sobram as horas...

Sobram as horas, as demoras,
Sobram os desencontros.
Sobram também os feitos,
Os vicíos e as memórias.

Demoram-se em voos rasantes os passáros,
Que ondulantes navegam junto as nuvens.
Entediados do seu vôo abrem os olhos de tédio.
Gritam de pavor de voar, o vôo delirante.

E sobram-lhes as horas e o resto.
Atávicos e loucos em bandos,
Voam para um destino inexistente.
Um destino que só o será, que não o é.

Em pânico olham para baixo.
Com todo o tempo de voar,
Permanecem imcompreensivelmente
De asas abertas a planar. A mais.

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