31 março 2007

Um sentido

Um sentido.
Qualquer coisa de belo.
Fazes-me querer ver-te.
E não sei como será.

Oco como estou, divaga o pensamento sobre ti.
E penso nos teus olhos.
Será certo o que sentimos?
Será certo o pensar assim?

Oco como estou, chegaste a mim e dissesste que sim.
Sobre as nuvens negras que pairam sobre mim,
Estou caído por terra e tu agarraste-me como o vento frio.
Disseste estou aqui.

E preciso de te ver, de sentir o que sinto.
Oco. O prazer de ti é um arco íris de desejos.
E és bela para mim...
Qualquer coisa de nós é agora uma realidade.

28 março 2007

O meu peito tem um buraco

O meu peito tem um buraco.
Um tubo de doze centímetros de diametro
Trespassou-o. E tem um buraco.
Algumas fibras musculares ainda se podem ver nele.

Onde está o pedaço que não está?
Não sei. Não vi. Só senti o arrancar dele.
Com o peito furado ando na rua e não sei como não reparam em mim, as pessoas.
E o ar passa por ele e refresca-me o interior.

E sabe bem sentir o fresco do ar puro dentro de mim.
Existem lojas onde se comprem remendos?
Preciso de ser remendado urgentemente.
A consciência não consegue...

Tenho um vazio no meu peito.
Falta-me o que me foi arrancado.
Um dia quem sabe se irei encontrar o que me foi retirado.
O meu peito não tem um bocado de mim.

27 março 2007

Alguém do passado me viu

Alguém do passado me viu,
Esse alguém fui eu.
E olhei para ti e não acreditei.
Bela como a água.

Tranquila como o amanhecer,
Olhei para ti e senti o mesmo de sempre.
A beleza é inerente a ti. Como se não soubesses como ela é em ti.
E a inocência do teu ser transparece o sentimento de felicidade.

E fiquei feliz por saber que és feliz.
E sentir que o que sentias deu frutos.
E a simplicidade que tens é o teu trunfo.
E agarras o teu amor com tanta força e carinho.

O passado aconteceu.
Hoje é agora.
Alguém do passado me viu,
Esse alguém fui eu.

25 março 2007

Piano Preparado

Estive a ver um programa que me agradou bastante, na RTP2. O Maestro Vitorino de Almeida dissertou sobre um género musical que até agora me tinha passado despercebido. Esse género, inventado por John Cage, músico americano, tem o nome de piano preparado. Nada mais nada menos do que por por cima das cordas do piano objectos que alterem o som do piano quando tocado. Pelos vistos este género musical é visto como uma possível forma de música, mesmo para os mais entendidos. Imaginem o que é tocarem piano, com colheres, livros, ou até mesmo sapatos em cima das cordas do piano. Sem dúvida uma sonoridade e uma realidade, no mínimo estranha. John Cage também ficou conhecido como o homem que escreveu uma peça para orquestra onde todos os músicos não tocam. É isso mesmo, uma peça com 4.33'', em que o público não escuta uma nota de música! Este deve ser o paralelo do filme português de João César Monteiro, Branca de Neve. Neste filme o realizador poupou o público de ver as imagens do filme, só tendo a oportuniade de o escutar. As mesmas concordâncias, os mesmos sentidos. Uma sala com público, onde se retira ao espectador um elemento que compõe a obra. Sem dúvida a arte dá que pensar. Eu prefiro a música experimentalista feita com sacos de plástico ou com fechos de casacos, os chamados zipers.
Para quem ainda não experimentou, não custa começar, o som até que é agradável, e com sorte conseguem imaginar no som obtido aquela música de que tanto gostam. Eu consegui, e até que não estava nada mal...

24 março 2007

"Trident Splash"

Tenho andado a comer muito chocolate. Isso e a comer muitas pastilhas "Trident Splash", deve ser por sentir a falta de um bom mergulho no mar... Bom, adiante, hoje fui fazer umas comprinhas, camisolas, t-shirts e polos para a nova época que se avizinha. Lá fui eu todo lampeiro até ao Chiado, acompanhado pelo bonito sol que se fez representar nesta tarde de sábado. E não é que vi a Sofia Aparicio?! Bem acompanhada pelo seu primo mais novo claro... mas ao vivo ainda é pior que ao morto, isto é, na televisão. Se aquela gaja é uma das mulheres mais bonitas de Portugal... então eu sou o Zézé Camarinha! O mais famoso dos famosos galãs de Portugal.
Bom posso dizer que onde entrei comprei qualquer coisa, gastei uma pipa de massa, mas que passou de consistente a incosistente num ápice! Mas valeu a pena, cores da moda, e para além do mais tenho que me agasalhar para não ter frio. Sim porque mesmo no verão faz frio, ou não sabiam? E como eu não tenho quem me aqueça tenho que gastar rios de dinheiro em roupa.
Já sei porque é que os africanos que tem muitas mulheres, se vestem com pouca roupa... pudera! Podiam começar a usar esse costume cá em Portugal. Nos meses de frio o pessoal podia ter mais que uma e nos meses de calor o pessoal punha uma segunda abaixo e acalmava o zézinho.
Para além de importarmos menos roupa, e de fazer com que a Zara e afins fossem a falência, os machos portugueses iriam ficar mais contentes, o que faria que tivessem mais gosto em trabalhar e como consequência o país iria produzir cada vez mais. As exportações subiriam e atingiriamos um nível de vida idêntico ao da Finlandia.
Outra das vantagens de ter em casa mais do que uma mulher, seria a da companhia que elas faziam umas às outras quando estivessem a ver as 10 telenovelas que passam por dia. Já podiam cuscar umas com as outras sobre as vizinhas, ficavam com os meios irmãos dos seus filhos, enquanto as suas mães tivessem que ir ao cabeleireiro ou comprar um batôn no centro comercial mais longe de casa.
Isto para o macho português era do melhor que podia acontecer. Senão vejamos, na minha opinião mais de seis já seria um exagero, pelo que seria uma para cada dia da semana, ficando uma como suplente, para o caso de alguma de demorar tempo demais nas compras. Ao fim de semana era roda livre. Nunca nos cansariamos de uma gaija que só vemos uma vez por semana, podiamos ter cozinhados diferentes todos os dias e até podiamos falar da nossa vida amorosa com todas elas. Tipo, qualquer coisa como... Oh Inga... ( a gaja era sueca, alta e loira) a Serena ( gaja morena brasileira) não me lavou os pés ontem, nem me levou o pequeno almoço à cama! Já viste isto! Deve ter um amante, só poder ser isso... Que paraíso idilíco!
Voltando à realidade... os sacos até nem eram pesados e o tempo até merecia ser apreciado. Apreciei também uns quadrozitos pequenos que uma senhora estava a vender na rua. Dez euros, disse ela. Até tinha comprado um, mas depois pensei que o melhor era eu pintar os meus. Não sei quando mas algum dia terá que ser. Já tenho duas encomendas e ainda não tenho as telas. Tem que esperar, pois que o artista tem que se inspirar, e o carcanhol não abunda (abunda é giro!).
Cheguei a casa, a tempo de me lembrar que tinha que passar uma roupa e lavar também ( ignorem este último paragrafo porque é tudo mentira!!). Depois de dar banho aos três cães que tenho em casa, ainda tive que aspirar e limpar o pó das cinco assoalhadas. Ah e ainda tive que ir ao supermercado fazer as compras da semana. Perguntam vocês: onde estava gaija? A gaija fuigiu e foi viver com um gaijo que tem mais cinco! Só espero que ela seja a suplente!!!!!

22 março 2007

Falta-me o amor

Sinto-me só. Depois do dia de hoje a solidão, a cruel realidade abate-se sobre mim. E ninguém me pode dizer que o contrário está certo. Sei que o dia de amanhã pode ser diferente e provalmente será. E um dia vou encontrar o que tanto procuro. Enquanto isso não acontece, estou sozinho como uma ilha no oceano. Falta-me o amor.
Hoje senti várias coisas. Alívio, perda, decepção, acima de tudo senti que a minha vida não é o centro de tudo. E afasto quem mais gosto. Tenho um dom para estragar tudo. Não será esse o objectivo? Se não posso ter, mais vale acabar por aqui e meter as culpas no outro. Este raciocinio leva a que se quebrem laços, a que se soltem as amarras que nos prendem como fios de cabelo fossem.
Senti que existem mais amores e que o meu é unidireccional. E sentir isso foi duro. Senti que não faço parte da tua vida. Que ela é só tua e de mais alguém. E eu sinto-me só. E vou afastar-me de ti. E vamos perder. Não sei o que iremos perder, mas que vamos perder qualquer coisa, isso eu sei. Mas não faz mal porque eu não faço parte. Fazes tu mais parte de mim que eu de ti. Se calhar não sei. Senti e sinto um afastamento, que talvez não seja pensado, mas mesmo assim, senti. E aqui eu tenho culpa, não tu. Tu agarras aquilo que queres, o que amas. Nunca tinha pensado assim. Tu amas. Uma verdade muito bela e cruel ao mesmo tempo.
Sinto-me sozinho, mas com forças ainda para escrever e pensar sobre isto, o que já não é pouco.
Chega de dizer coisas bonitas e escrever poemas intimistas. Não tenho raiva de ti. Se calhar nem de mim tenho. Tinha que acontecer qualquer coisa. E aconteceu o sentir necessidade de me soltar de ti, nina.
Existirá em mim algo que me liga e ligará a ti, até ao fim da minha vida.

18 março 2007

Onde estás que não te vejo?

Onde estás que não te vejo?
Nas ondas navegas sem mim.
Pelo soalho nús os teus pés caminham
Sem mim, para a tua cama.

Qualquer dia o sol vai aparecer depois de um acordar matinal. Os raios de luz vão irradiar o quarto.
E iremos despertar do sono plácido e escuro de uma noite fria.

Onde estás tu que não te vejo?
E bebes água num copo de vidro, e matas a sede.
Penteias o cabelo com uma escova.
E olhas o teu rosto ao espelho.

Olhas o passeio e os teus pés que caminham.
Sentes o desconforto de viver. E sabes que te amo.
E olhas o céu e não pensas em nada.
E só queres viver.

Qualquer dia vais ficar parada a pensar. E o que pensares vai ser só teu.
E vais dormir numa noite quente de verão. E vais pensar que era bom ser Inverno.

O início do resto

Será que vou ser feliz? Está para breve o fim de uma união que nós quisemos. Um fim que nós também quisemos. Podia falar de tudo o que me aconteceu de mau, mas de todo o tempo que vivi contigo, recordo agora os bons momentos. A tua meiguice, a tua pele, o teu cheiro, o amor que me deste. Recordo, porque já é passado, já não pertence a minha realidade actual. Decidi que não haveria retrocesso possível neste passo doloroso e libertador. Estou convencido de que passei ao lado de um grande amor. Mas o destino não quis que o fosses. Ainda assim te quero bem, prezo a tua pessoa. Somos falíveis, erramos muitas vezes. Mas se queremos viver, temos que aprender com eles. Eu acho que estou sempre a aprender, e quero pensar que o dia de amanhã será melhor do que o de hoje.
Tudo, aquilo que és e que foste eu guardarei para sempre no meu coração.

15 março 2007

Sou muito estúpido

Sabes menina, quero esquecer que gosto de ti. Quero apagar o sentimento que sinto. O tempo está a fazer o que lhe compete. E agora neste momento, já não sei se te amo. Ou melhor quero pensar que não te amo. Estou farto, cansado. Acho que não queres que te ame. Que me aproxime de ti de um modo tão... físico. Mas podemos amar alguém sem ter no pensamento o relacionamento físico? Penso que não. Penso que amar é psiquico e físico ao mesmo tempo. E se conseguir amar sem ter o teu corpo, é porque alguma coisa mudou em mim. Há pouco tempo alguém me perguntou, como era eu no amor? Uma pergunta de tão ampla resposta e de tamanha dificuldade na resposta, que respondi simplesmente: Sou muito estúpido. À primeira vista parece uma resposta tonta, mas que se adequa a realidade.
Estou a ouvir agora na rádio, uma entrevista do António Lobo Antunes, que entre outras coisas disse que não tinha tempo para ter depressões, não tem tempo, não tem tempo para pensar, para ter esse luxo. Morro agora para não morrer depois, outra frase de que gostei.
Sabes menina, quero esquecer que gosto de ti.

09 março 2007

Queria tanta coisa que não é nehuma

Meu amor, minha menina.
Não sei o que escrever aqui. Queria tanto dizer-te. Queria ter coragem para te pedir para irmos ver o mar. E queria que sentisses o que eu sinto. Queria estar contigo, agarrado e passar as minhas mãos pelo teu corpo e beijar-te, deitados. E queria tanto que isto fosse possível. Queria tanta coisa que não é nehuma. Ser louco o suficiente para agarrar em ti e sair daqui e esquecer quem somos. E sermos só nós. E de um só folego viver esses momentos, essas horas, esses tempos. E tenho raiva de não o poder fazer. Queria tanto que só me apetece partir coisas para descarregar esse sentimento. Sorrio agora. Que coisa estúpida, meu amor. Desejo o teu corpo, a tua pele, o teu cheiro, a tua visão nua diante de mim. Despojada de tudo, só tu e eu, olhando-nos mutuamente e querendo sentir o corpo um do outro.
Queria sentir, a unidade. Queria que fossemos um só. Quero.

08 março 2007

As mãos

Quero falar contigo.
Tu queres falar comigo.
Imagino.
Perto do mar.

E olhamos o horizonte dele.
E sentimos o vento, lado a lado.
E pensamos nas palavras.
E os olhos olham-se.

Choro. Abraçado a ti.
Palavras carinhosas saem da tua boca.
As tuas mãos secam as minhas lágrimas.
Sinto. Sentes.
Choras.

E naquele instante o mar revolta-se contra as pedras,
começando a salpicar as nossas caras com a sua água, salgada.
E as mãos agarram.
E sabemos.

04 março 2007

03 março 2007

Eu não sei como é

Diz-me porque não consigo deixar de pensar em ti? Porque sabendo o que sei, que é impossível ter o ter amor, não consigo deixar de te querer... Será que te quero só pelo desejo de uma noite? Acho que seria pouco e ao mesmo tempo muito. E escrevo com vontade de apagar o que escrevo. Para que o tempo, a noite e o frio façam desaparecer este meu desejo de ti. Tens mais em ti do que eu consigo ver. És mais em mim e eu não consigo perceber. Tens-me em ti de um modo que eu não sei como é. Sinto que me queres muito bem. Só isso eu sei. Se me desejas eu não sei.
As nossas vidas cruzaram-se de um modo tão bonito, parece que cheira a azul, a mar. E apareceu agora por ti, em ti, em mim. E como vai ser daqui em diante? Pergunto-me todos os dias. Para ti não deve ser muito difícil. Para mim é mais, por saber que não te tenho. Que vou ter que te esquecer, de apagar o amor, o desejo. Mas sei que és especial. Sei que os caminhos irão descruzar-se e cada um irá viver o que tem para viver, um sem o outro. Não quero, odeio pensar nisso, mas acho que vai ser assim. Eu não posso lutar. Estou desarmado desde o início. E desarmado vou estar, até que tudo se dilua num mar de espuma branca.